A Origem da Capoeira

A capoeira ou capoeiragem é uma expressão cultural brasileira que mistura arte marcial, esporte, cultura popular e música. Desenvolvida no Brasil por descendentes de escravos africanos, é caracterizada por golpes e movimentos ágeis e complexos, utilizando primariamente chutes e rasteiras, além de cabeçadas, joelhadas, cotoveladas, acrobacias em solo ou aéreas. Uma característica que distingue a capoeira da maioria das outras artes marciais é a sua musicalidade. Praticantes desta arte marcial brasileira aprendem não apenas a lutar e a jogar, mas também a tocar os instrumentos típicos e a cantar. Um capoeirista que ignora a musicalidade é considerado incompleto. Considera-se que a capoeira tenha surgido em fins do século XVI no Quilombo dos Palmares, situado na então Capitania de Pernambuco. A Roda de Capoeira foi registrada como bem cultural pelo IPHAN no ano de 2008, com base em inventário realizado nos estados da Bahia, de Pernambuco e do Rio de Janeiro, considerados berços desta expressão cultural. E em novembro de 2014, recebeu o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO.
Existem duas possibilidades comumente aventadas para se explicar a origem do termo "capoeira":
- derivaria do cesto homônimo utilizado pelos escravos para transportar as aves capadas até os mercados onde elas seriam comercializadas: os escravos, no caminho até os mercados, se distrairiam com movimentos de luta, originando, assim, a denominação "capoeira" para os movimentos praticados;
- derivaria do termo tupi kapu'era, que significa "o que foi mata", através da junção dos termos ka'a ("mata") e pûera ("que foi"). Refere-se às áreas de mata rasteira do interior do Brasil onde era praticada agricultura indígena. Acredita-se que a capoeira tenha obtido o nome a partir destas áreas que cercavam as grandes propriedades rurais de base escravocrata. Capoeiristas fugitivos da escravidão e desconhecedores do ambiente ao seu redor frequentemente usavam a vegetação rasteira para se esconderem da perseguição dos capitães do mato.
Considera-se que a capoeira tenha surgido em fins do século XVI no Quilombo dos Palmares, situado na então Capitania de Pernambuco. No século XVII, era costume dos povos pastores do sul da atual Angola, na África, comemorar a iniciação dos jovens à vida adulta com uma cerimônia chamada n'golo (que significa "zebra" em quimbundo). Durante a cerimônia, os homens competiam numa luta animada pelo toque de atabaques em que ganhava quem conseguisse encostar o pé na cabeça do adversário. O vencedor tinha o direito de escolher, sem ter de pagar o dote, uma noiva entre as jovens que estavam sendo iniciadas à vida adulta. Com a chegada dos invasores portugueses e a escravização dos povos africanos, a capoeira foi introduzida no Brasil. No Brasil, assim como no restante da América, os escravos africanos eram submetidos a um regime de trabalho forçado. Eram também forçados a adotar a língua portuguesa e a religião católica. Como expressão da revolta contra o tratamento violento a que eram submetidos, os escravos passaram a praticar a luta tradicional do sul de Angola nos terrenos de mata mais rala conhecidos como "capoeiras" (termo que vem do tupi kapu'era, que significa "mata que foi", se referindo aos trechos de mata que eram queimados ou cortados para abrir terreno para plantações dos índios).
A partir do século XVI, Portugal começou a enviar escravos para o Brasil, provenientes primariamente da África Ocidental. Os povos mais frequentemente vendidos no Brasil faziam parte dos povos iorubás e Daomé, guineo-sudanês, dos povos Malesi e hauçás e do grupo banto (incluindo os congos, os quimbundos e os Kasanjes), provenientes dos territórios localizados atualmente em Angola e Congo. A capoeira ainda é motivo de controvérsia entre os estudiosos de sua história, sobretudo no que se refere ao período compreendido entre o seu surgimento e o início do século XIX, quando aparecem os primeiros registros confiáveis com descrições sobre sua prática. No século XVI, Portugal tinha um dos maiores impérios coloniais da Europa, mas carecia de mão de obra para efetivamente colonizá-lo. Para suprir este déficit, os colonos portugueses, no Brasil, tentaram, no início, capturar e escravizar os povos indígenas, algo que logo se demonstrou impraticável. A solução foi o tráfico de escravos africanos. A principal atividade econômica colonial do período era o cultivo da cana-de-açúcar. Os colonos portugueses estabeleciam grandes fazendas, cuja mão de obra era primariamente escrava. O escravo, vivendo em condições humilhantes e desumanas, era forçado a trabalhar à exaustão, frequentemente sofrendo castigos e punições físicas. Mesmo sendo em maior número, a falta de armas, a lei vigente, a discordância entre escravos de etnias rivais e o completo desconhecimento da terra em que se encontravam desencorajavam os escravos a rebelar-se. Neste meio, começou a nascer a capoeira. Mais do que uma técnica de combate, surgiu como uma esperança de liberdade e de sobrevivência, uma ferramenta para que o negro foragido, totalmente desequipado, pudesse sobreviver ao ambiente hostil e enfrentar a caça dos capitães do mato, sempre armados e montados a cavalo.
Não tardou para que grupos de escravos fugitivos começassem a estabelecer assentamentos em áreas remotas da colônia, conhecidos como quilombos. Inicialmente assentamentos simples, alguns quilombos evoluíam atraindo mais escravos fugitivos, indígenas ou até mesmo europeus que fugiam da lei ou da repressão religiosa católica, até tornarem-se verdadeiros estados multiétnicos independentes. A vida nos quilombos oferecia liberdade e a oportunidade do resgate das culturas perdidas à causa da opressão colonial. Neste tipo de comunidade formada por diversas etnias, constantemente ameaçada pelas invasões portuguesas, a capoeira passou de uma ferramenta para a sobrevivência individual a uma arte marcial com escopo militar. O maior dos quilombos, o Quilombo dos Palmares, resistiu por mais de cem anos aos ataques das tropas coloniais. Mesmo possuindo material bélico muito aquém dos utilizados pelas tropas coloniais e, geralmente, combatendo em menor número, resistiram a pelo menos 24 ataques de grupos com até 3 000 integrantes comandados por capitães do mato. Foram necessários dezoito grandes ataques de tropas militares do governo colonial para derrotar os quilombolas. Soldados portugueses relataram ser necessário mais de um dragão (militar) para capturar um quilombola, porque se defendiam com estranha técnica de ginga e luta. O governador-geral da Capitania de Pernambuco declarou ser mais difícil derrotar os quilombolas do que os invasores holandeses.
No fim do século XIX, a escravidão no Brasil era basicamente impraticável por diversos motivos, entre eles o sempre crescente número das fugas dos escravos e os incessantes ataques das milícias quilombolas às propriedades escravocratas. O império Brasileiro tentou amenizar os diversos problemas com medidas como a lei dos Sexagenários e a lei do Ventre Livre, mas o Brasil inevitavelmente reconheceria o fim da escravidão em 13 de maio de 1888 com a lei Áurea, sancionada pelo parlamento e assinada pela princesa Isabel. Livres, os negros viram-se abandonados à própria sorte. Em sua grande maioria, não tinham onde viver, onde trabalhar e eram desprezados pela sociedade, que os via como vagabundos. O aumento da oferta de mão de obra europeia e asiática do período diminuía ainda mais as oportunidades e logo grande parte dos negros foi marginalizada e, naturalmente, com eles a capoeira. Foi inevitável que diversos capoeiristas começassem a utilizar suas habilidades de formas pouco convencionais. Muitos começaram a utilizar a capoeira como guardas de corpo, mercenários, assassinos de aluguel, capangas. Grupos de capoeiristas conhecidos como maltas aterrorizavam o Rio de Janeiro. Em pouco tempo, mais especificamente em 1890, a República Brasileira decretou a proibição da capoeira em todo o território nacional, vista a situação caótica da capital brasileira e a notável vantagem que um capoeirista levava no confronto corporal contra um policial. Devido à proibição, qualquer cidadão pego praticando capoeira era preso, torturado e muitas vezes mutilado pela polícia. A capoeira, após um breve período de liberdade, via-se mais uma vez malvista e perseguida. Expressões culturais como a roda de capoeira eram praticadas em locais afastados ou escondidos e, geralmente, os capoeiristas deixavam alguém de sentinela para avisar de uma eventual chegada da polícia.
Fonte da pesquisa: https://pt.wikipedia.org/wiki/Capoeira
História da Capoeira Angola

A origem do nome provavelmente o nome capoeira angola (não se confuda com "capoeira angolana" que nada mais seria do que a capoeira introduzida em Angola por brasileiros) tenha surgido pelo fato de o principal porto onde atracavam os navios negreiros se localizava em Angola e para os portugueses, qualquer negro trazido ao Brasil era normalmente considerado de Angola. Isso deve ter permanecido até depois da abolição, quando os negros assim libertos mas colocados em condição desfavorável, tiveram que escolher entre trabalhar para os seus antigos donos, agora patrões, ou cair na marginalidade. E assim, ainda depois da abolição continuaram a ser tratados como "negros de Angola". Provavelmente nesse período os ex-escravos já praticavam o que daria origem a capoeira angola com não muito, mas já com alguma liberdade, pelas ruas e campos. Coisa que aos olhos dos colonizadores seria visto como uma vadiagem ou um jogo de negros, jogo dos negros de Angola ou simplesmente jogo de Angola. Como o termo capoeira já existia desde a época dos quilombos para designar um escravo que fugia, um escravo podia muito bem ser chamado de "capoeira de Angola." A capoeira angola é quase ritualística, cheia de preceitos que devem ser obedecidos com muita atenção. No jogo de angola, os movimentos são lentos, mas traiçoeiros. É um jogo de muita malícia, onde se entende por malícia, a capacidade do capoeira de enganar o seu parceiro fingindo aplicar um golpe e na verdade aplicar outro onde menos se espera e no momento em que menos se espera também. Dentro da capoeira angola esses fatores são fundamentais que só com a experiência se pode conseguir. Mestre Pastinha dizia que o bom capoeira não suja a roupa e nem perde o chapéu. Não precisa acertar efetivamente o companheiro, mas deve-se parar o pé no momento certo mostrando a este a superioridade em atingi-lo caso assim desejasse.
A bateria de instrumentos apresentada aqui como era na academia de Mestre Pastinha. - Três berimbaus: gunga, médio e viola; - Um ou dois pandeiros; - Um atabaque; - Um reco-reco; - Um agogô;
É obrigatoriamente cantada por quem toca o berimbau gunga que geralmente é o mestre. São canções em ritmo de lamento, lembram sempre alguma história, um mestre ou algum fato importante. Serve como introdução para o início do jogo. Durante a ladainha não se bate palmas e não se toca nenhum instrumento com exceção dos berimbaus que entram pela ordem: gunga, médio e depois o viola.
Chula:
Após a ladainha, o mestre canta a chula que é uma cantiga de pequenas estrofes, onde todos os instrumentos entram e o coro responde. É uma louvação a Deus ou aos mestres presentes e aos que já faleceram. É o famoso "Viva meu Deus / Iê viva meu Deus camará." A chula é uma preparação para o "corrido." Quando a chula atinge os versos "Da volta ao mundo camará" os dois capoeiras se cumprimentam saúdam o berimbau com um movimento chamado de "queda de rins" e começam a jogar.
Os corridos são canções no formato pergunta e resposta onde uma pessoa canta e o coro responde.
As chamadas:
Curiosidades:
Na Bahia era costume os mestres Angoleiros se encontrarem aos domingos na porta de igrejas para jogar a capoeira. Esses mestres vestiam-se de terno de linho branco e chapéu, como se fossem vestidos para algum evento importante, o que na verdade realmente o era. Era o momento em que sua cultura estava sendo praticada e perpetuada.
Mestre Pastinha foi o maior divulgador da capoeira angola. Praticamente viveu sua vida inteira pela capoeira. Implementou métodos de ensino, fundou a primeira academia de capoeira chamada de C.E.C.A, o Centro Esportivo de Capoeira Angola e foi convidado para ir até a África mostrar a nossa arte. Pastinha partiu deste mundo em 13 de novembro de 1981, deixando muitos discípulos entre eles, Natividade, Bola Sete, Boca Rica, Gildo Alfinete, Meio Quilo, Colmenero, João Pequeno, João Grande, Malvadeza, Curió, entre outros, que continuaram a ensinar e fizeram com que o jogo permanecesse até hoje tradicionalmente como era antigamente com todas as suas tradições e rituais e como na verdade deve ser.
Fonte da pesquisa: https://capoeiraexports.blogspot.md/2011/01/capoeira-angola-e-mestre-pastinha.html
História da Capoeira Regional

Não basta ser rápido qualquer toque para que se transforme em Regional o jogo. Tem Regra, tem jogo específico para os toques específicos, tem fundamentos próprios. Jogo Regional pode ser de fora, como também pode ser de dentro. Pode ser alto ou baixo. Pode ser jogado na manha do toque da Banguela, que o Mestre criou para acalmar os ânimos. Mas tem que ser marcado, sincronizado no toque do berimbau único que segura a roda e dá o ritmo do jogo. Não tem que disparar apressado que não possa mais cantar. Pode ser manhoso também. Regional tem força, garra, ritmo e muita ciência também. As características principais da Capoeira Regional são:
1) Exame de Admissão:
Consistia de três exercícios básicos, cocorinha, queda de rins e deslocamento (ponte), com a finalidade de verificar a flexibilidade, força e equilíbrio do iniciante. Em seguida a aula de coordenação onde o aluno aprendia a gingar auxiliado pelo Mestre Bimba. Para ensinar a ginga, Mestre Bimba convidava o aluno para o centro da sala e frente a frente pegava-o pelas mãos e ensinava primeiramente os movimentos das pernas e a colocação exata dos pés, e em seguida realizava o movimento completo em coordenação com os braços. Este momento era importantíssimo para o iniciante pois lhe transmitia coragem e segurança. Acordeon Ex-aluno do Mestre poeticamente diz "...ELE ERA FORTE NA ALMA TINHA UMA FACA NO OLHAR QUE CORTAVA A GENTE DE CIMA A BAIXO QUANDO ESTAVA A ENSINAR...".
2) Seqüência de Ensino de Mestre Bimba:
O Mestre criou o primeiro método de ensino da capoeira, que consta de uma seqüência lógica de movimentos de ataque, defesa e contra-ataque, podendo ser ministrada para os iniciantes na forma simplificada, o que permite que os alunos aprendam jogando com uma forte motivação e segurança. Jair Moura, Ex-aluno explica "esta seqüência é uma série de exercícios físicos completos e organizados em um número de lições práticas e eficientes, a fim de que o principiante em Capoeira, dentro de um menor espaço de tempo possível, se convença do valor da luta, como um sistema de ataque e defesa". A seqüência original completa de ensino é formada com 17 golpes, onde cada aluno executa 154 movimentos e a dupla 308, o que desenvolve sobremaneira o condicionamento físico e a habilidade motora específica dos praticantes. Os golpes integrantes da Seqüência são:
- Aú;
- Armada;
- Arrastão;
- Bênção;
- Cocorinha;
- Cabeçada;
- Godeme;
- Galopante;
- Giro;
- Joelhada;
- Martelo;
- Meia Lua de Compasso;
- Queixada;
- Negativa;
- Palma;
- Meia Lua de Frente;
- Rolê;
É uma seqüência de golpes ligados e balões, também conhecidos como Movimentos de Projeção da Capoeira, onde o capoeirista projeta o companheiro, que deverá cair em pé ou agachado jamais sentado. Tem o objetivo de desenvolver a auto-confiança, o senso de cooperação, responsabilidade, agilidade e destreza. Os golpe que fazem parte desta seqüência são:
* Aú* Balão de lado
* Tesoura de costas
* Balão cinturado
* Apanhada
* Gravata alta
4) Batizado:
É um momento de grande significado para o aluno, depois de ter aprendido toda a seqüência, encontra-se apto para jogar pela primeira vez na roda. Itapoan, Ex-aluno retrata o Batizado da seguinte maneira: "O Batizado consistia em colocar em cada calouro um 'Nome de Guerra': o tipo físico, o bairro onde morava, a profissão, o modo de se vestir, atitudes, um dom artístico qualquer, serviam de subsídios para o apelido". Fred Abreu referindo-se ao batizado, cita que na intimidade da Academia de Mestre Bimba ele assim se dizia "Você hoje vai entrar no aço". Desta maneira o Mestre avisava ao calouro que chegou a hora do seu batizado, era um momento de grande emoção, pois tratava-se de jogar capoeira pela primeira vez na roda amimada pelo berimbau. Para este jogo era escolhido um formado ou um aluno mais velho da Academia que estivesse na aula, que como padrinho incentivava ao afilhado a jogar ( soltar o jogo ), e após o jogo o Mestre no centro da roda levantava a mão do aluno e então era dado um apelido "Nome de Guerra" com o qual passaria a ser conhecido na capoeira.
5) Esquenta Banho:
Segundo Itapoan o "Esquenta Banho" originou-se da necessidade dos alunos de se manterem aquecidos "esquentados"... Logo após o termino da aula todos os praticantes corriam para o banheiro afim de tomarem uma chuverada, no entanto o banheiro da academia era pequeno com um só chuveiro com água fina, o que proporcionava um congestionamento e a inevitável fila. Para não esfriar o corpo, os alunos mais velhos, normalmente os formados tomavam a iniciativa e começava o "Esquenta Banho". Este era um momento fértil da aula, pois se tratava do espaço do aluno, também chamado de "Bumba Meu Boi" ou "Arranca Rabo" devido aos freqüentes desafios para o acerto de contas, como exemplo, descontar um golpe tomado durante a roda. Muitos formados aproveitavam para testar suas capacidades desafiando dois, três, ou mais adversários. Também era muito comum o utilizar esse momento para o treinamento de golpes difíceis e sofisticados como: vingativa, rasteira, banda de costa e etc.6) Formatura:
A formatura era um dia todo
especial para o Mestre e seu alunos, um ritual com direito a paraninfo,
orador, e madrinha, lenço de seda azul e medalha. A festa era realizada
no Sítio Caruano no Nordeste de Amaralina na presença dos convidados e
de toda a academia. Os formando vestidos todo de branco, usando
basqueteira, atendiam o chamado do Mestre Bimba que solicitava a
demonstração de golpes, seqüência, cintura desprezada, jogo de esquete
(jogo combinado), em seguida a prova de fogo, o jogo com os formados,
também chamado de "Tira Medalha", um verdadeiro desafio, onde os alunos
formados antigos tentavam tirar a medalha dos formandos com o pé, e
assim manchar a dignidade e roupa impecavelmente branca. Itapoan
descreve com muita propriedade, "O objetivo do formado antigo era tirar
com um golpe aplicado com o pé, a Medalha do peito do formando, caso
isso acontecesse, o aluno deixava de formar, o que era um vexame!". Por
isso o aluno jogava com todos os seus recursos, enfrentando um
capoeirista malicioso e técnico até o momento que o Mestre apitasse para
encerrar o jogo. Aí, o formando conferia se a medalha continuava presa
ao peito, que alivio estava formado! Dando continuidade ao ritual de
formatura acontecia as apresentações de maculelê, Samba de Roda, Samba
Duro e Candomblé.
7) Iúna:
A Iúna é uma marca registrada da Capoeira Regional de Mestre Bimba, é um toque de berimbau criado pelo Mestre, que era tocado no final das aulas ou em eventos especiais, um toque onde só os alunos formados tinham acesso a roda, com a obrigatoriedade de realizar um "jogo de floreio", bonito, criativo, curtido, malicioso e que deveria ter movimentos de projeção. Este jogo suscitava muita admiração e emoção.8) Curso de Especialização:
Este era um
curso secreto onde só poderia participar os alunos formados por Mestre
Bimba. Tinha como objetivo o aprimoramento da capoeira, com uma ênfase
para os ensinamentos de defesa e contra-ataque de golpes advindos de um
adversário portando armas como: navalha, faca, canivete, porrete, facão e
até armas de fogo. Sua duração era de três meses divididos em dois
módulos, o primeiro com a duração de sessenta dias e era desenvolvido
dentro da academia através de uma estratégia de ensino muito peculiar do
Mestre. O segundo com duração de 30 dias e era realizada na Chapada do
Rio Vermelho, tinha como conteúdo as "emboscadas", a qual Itapoan assim
se refere "Uma verdadeira guerra, verdadeiro treinamento de guerrilha.
Bimba colocava quatro a cinco alunos para pegar um de emboscada. O aluno
que tivesse sozinho, tinha que lutar até quando pudesse e depois
correr, saber correr, correr para o lugar certo". Ao final do curso o
Mestre Bimba fazia uma festa aos moldes da formatura e entregava aos
concluintes um "Lenço Vermelho" que correspondia a uma titulação de
Graduação dos Formandos Especializados.
9) Músicas:
CURIOSIDADES:
Mestre Bimba só aceitava na sua academia alunos que tivessem a carteira de trabalho assinada, fossem estudantes ou tivessem alguma ocupação reconhecida.
Antigamente havia um "Berimbau de boca" ou "tronpa de Paris" no qual a caixa de resonância, em vez da cabaça, era a boca.Os capoeiristas costumavam usar calças boca de sino e no período em que a capoeira ficou proibida por lei (1890-1930) a polícia, para detectar os capoeiristas, colocava um limão dentro das calças do indivíduo. Se o limão passasse pela pernas e saísse pela boca das calças, a pessoa era considerada capoeirista.
"Vadiar" significa jogar por prazer, por diversão. Na época da escravidão a vadiação era o lazer dos escravos nas horas de descanso.Os capoeristas eram contratados pelos políticos para bagunçar no dia das eleições. Enquanto as pessoas desviavam a atenção para a confusão dos capoeiras um indivíduo colocava um maço de chapas na urna ou na linguagem da época "emprenhava a urna". Vencia as eleições o candidato que dispunha de maior nº de capoeiras.
Canjiquina foi o criador da Festa de Arromba, jogada nes festas do Largo da Bahia. Nessas comemorações vários capoeiristas se reuniam e jogavam em troca de dinheiro e bebida."Crocodilagem" é o nome dado a um jogo duro que submete o capoeira a uma situação de inferioridade ou deslealdade.
Em 1824, os escravos que fossem pegos praticando capoeira recebiam trezentas chibatadas e era enviadas para a Ilha das Cobras para realizar trabalhos forçados durante três meses.Milhares de capoeiristas foram para a Guerra do Paraguai, pois havia sido prometida a liberdade no final do conflito àqueles que participassem da batalha.
"Caxinguelê" é o nome dado a meninos que praticam capoeira.Antigamente, era de costume os capoeristas trajarem terno de linho branco. Era considerado um bom jogador aquele que conseguisse sair da roda com o terno impecavelmente limpo.
A orquestra do samba de roda é composta por pandeiro, violão, chocalho e prato de cozinha arranhado por uma faca.A luta de Mestre Bimba que demorou mais tempo durou um minuto e dois segundos.
Manuel dos Reis Machado nasceu no dia 23 de novembro de 1900, no bairro Engenho Velho, Freguesia de Brotas, Salvador, Bahia.O apelido ele ganhou logo ao nascer de uma aposta feita entre sua mãe, Maria Martinha do Bonfim e a parteira que o aparou.
Seu pai, Luís Cândido Machado, era conhecido como um grande batuqueiro, campeão de batuque.Iniciou-se na capoeira aos 12 anos de idade, seu mestre foi o africano Bentinho, capitão da Companhia de Navegação Baiana.
Aos 18 anos começa a dar aulas no bairro onde nasceu. Como ele mesmo dizia:
"Em 1918 não havia escola de capoeira, havia sim rodas de capoeira, nas esquinas, nos armazéns e no meio do mato".Fonte da pesquisa: https://www.arteculturacapoeira.com.br/site/index.php?option=com_content&view=article&id=97&Itemid=57
História sobre Zumbi dos Palmares

Zumbi dos Palmares nasceu no ano de 1655 em Alagoas, em um dos mocambos de Palmares. Recebeu o nome de Zumbi, que vem do quimbundo nzumbi, que significa duende, ou fantasma. Apesar de ter nascido livre, no ano de 1662, com 7 anos de idade, ele foi capturado por soldados e entregue ao Pe. António Melo, que o batizou na igreja católica com o nome de Francisco. Além de estudar latim e português, Zumbi, sob a guarda do padre, ajudava nas missas.
No ano de 1670, quando Zumbi tinha 15 anos, fugiu para o Quilombo dos Palmares, onde foi reconhecido por suas habilidades marciais que o fizeram ser reconhecido, aos 20 anos, como um respeitável estrategista militar e guerreiro, que lutou contra os soldados do Sargento Manuel Lopes.
História
Os primeiros registros históricos encontrados que referem-se a Zumbi datam de 1673, onde seu nome aparece nos relatos portugueses sobre uma expedição derrotada pelos quilombolas. Em 1675, o quilombo onde ele vivia foi atacado por soldados portugueses e foi quando Zumbi ajudou na defesa, destacando-se como um grande guerreiro. Passados três anos desse ataque, no ano de 1678, Ganga-Zumba, líder, na época, do quilombo, foi chamado para negociar com Pedro de Almeida, governador da Capitania de Pernambuco. A negociação consistia na proposta de que os negros do Quilombo de Palmares estariam livres, somente diante da submissão à Coroa Portuguesa. O líder aceita, mas Zumbi vai contra, pois acreditava que a luta era algo maior, não apenas pela liberdade dos negros daquele quilombo, mas todos os negros.
Um grande líder
Assim, Zumbi gerou uma guerra civil no quilombo, derrotando Ganga-Zumba e tornando-se líder do Quilombo dos Palmares. Em seu Quilombo, que ficou famoso, criou leis próprias - algumas bastante rígidas - que fizeram com que crescesse o mito em torno do Quilombo dos Palmares. Comparado com o ano de 1630 - em que havia cerca de 3 mil pessoas no quilombo - sua população cresceu, contando com uma população de mais de 20 mil refugiados em 1678.
Um novo ataque é feito com a contratação do bandeirante paulistano Domingues Jorge Velho que, com o apoio do governo e um exército de 2 mil homens armados com arcos, flechas e espingardas, acaba com o quilombo ferindo Zumbi. Este, após uma luta consistente e forte que durou 22 dias com resistência, consegue fugir, mas um ano depois é delatado por um antigo companheiro. Em 20 de novembro de 1695, ao ser localizado, Zumbi é preso e degolado. Sua cabeça foi enviada para o Recife e ficou exposta em praça pública. Atualmente celebramos o Dia da Consciência Negra nessa data, em memória à Zumbi dos Palmares.
Fonte da pesquisa: https://www.estudopratico.com.br/biografia-de-zumbi-dos-palmares/
História do Maculelê

Maculelê é uma manifestação cultural oriunda cidade de Santo Amaro da Purificação - Bahia, berço também da capoeira. É, atualmente, uma expressão teatral que conta, através da dança e dos cânticos, a lenda de um jovem guerreiro, que sozinho conseguiu defender sua tribo de outra tribo rival usando apenas dois pedaços de pau, tornando-se o herói da tribo. É um tipo de dança folclórica brasileira de origem afro-brasileira e indígena.
Em sua origem, o maculelê foi uma arte marcial armada, que nos dias de hoje se preserva na simulação de uma luta tribal usando como arma dois bastões, chamados de grimas (esgrimas), com os quais os participantes desferem e aparam golpes no ritmo da música em línguas africanas, indígenas e portuguesa. Em um grau maior de dificuldade e ousadia, pode-se dançar com facões em lugar de bastões, o que causa um bonito efeito visual pelas faíscas que saem a cada golpe. Esta dança é muito associada a outras manifestações culturais brasileiras, como a capoeira e o frevo.
Popó do Maculelê foi um dos responsáveis pela sua divulgação, formando um grupo com seus filhos, netos e outros habitantes da Rua da Linha, em Santo Amaro (Bahia), chamado Conjunto de Maculelê de Santo Amaro da Purificação. Existem também outras comunidades, como a comunidade quilombola Monte Alegre, no sul do município de Cachoeiro de Itapemirim (Espírito Santo), onde o maculelê ainda é passado de geração à geração, com o objetivo de não perder a cultura tradicional.
História e Origem
A origem do maculelê tem diversas lendas ao seu redor. Tais lendas, naturalmente, vieram da tradição oral característica às culturas afro-brasileira e indígena da época do Brasil Colônia e inevitavelmente sofreram alterações ao longo do tempo.
Em uma delas conta-se que Maculelê era um negro fugido que tinha doença de pele. Ele foi acolhido por uma tribo indígena e cuidado pelos mesmos, mas ainda assim não podia realizar todas as atividades com o grupo, por não ser um índio. Certa vez Maculelê foi deixado sozinho na aldeia, quando toda a tribo saiu para caçar. Eis que uma tribo rival aparece para dominar o local. Maculelê, usando dois bastões, lutou sozinho contra o grupo rival e, heroicamente, venceu a disputa. Desde então passou a ser considerado um herói na tribo.
Outra lenda fala do guerreiro indígena Maculelê, um índio que não fazia nada certo; por esta razão, os demais homens da tribo saíam em busca de alimento e deixavam-no na tribo com as mulheres, os idosos e as crianças. Uma tribo rival ataca, aproveitando-se da ausência dos caçadores. Para defender a sua tribo, Maculelê, armado apenas com dois bastões - já que os demais índios da sua tribo haviam levado todas as armas para caçar -, enfrenta e mata os invasores da tribo inimiga, morrendo pelas feridas do combate. Maculelê passa a ser o herói da tribo e sua técnica, reverenciada.
Existem diferentes versões para cada lenda, mas a maioria mantém como base o ataque rival, a resistência solitária e a improvisação dos dois bastões como arma. O maculelê atual, usando a dança com bastões, simboliza a luta de Maculelê contra os guerreiros rivais.
Estudos desenvolvidos por Manoel Querino (1851-1923) apontam indicações de que o maculelê poderia ser um fragmento do Cucumbi, apesar das notáveis diferenças.
O maculelê incorpora ainda uma dança, que pode envolver mulheres e homens.
O Maculelê hoje
Hoje o maculelê se mantém preservado graças à sua incorporação por grupos de capoeira, que incluíram a dança nas suas apresentações em batizados e festas populares. Os componentes se apresentam vestidos de saia de sisal, sem camisa e com pinturas pelo corpo. Há também alguns grupos que preferem se apresentar com seus abadás usuais, o que deixa evidente a sua descaracterização, o que deve ser evitado para que não percamos mais uma manifestação cultural através do esquecimento de suas raízes.
O maculelê faz parte do folclore brasileiro e deve ser preservado como patrimônio cultural, assim como a capoeira. Deve ser mantido e respeitado como tradição. Seja ela trazida por ancestrais africanos ou criada por nativos indígenas, a beleza do maculelê traz em si os traços da miscigenação cultural de um país.
Mestre Popó do Maculelê
No início do século XX, com a morte dos mestres do Maculelê, a manifestação deixou de acontecer por muitos anos. Em 1943, Paulino Aluisio de Andrade, o Mestre Popó do Maculelê, resolve reunir parentes e amigos para ensinar a dança baseado em suas antigas lembranças. Consegue então resgatar o Maculelê e forma o Conjunto de Maculelê de Santo Amaro o qual ganhou grande fama. Mestre Popó começou a aprender o Maculêle com um grupo de pretos velhos, ex-escravos Malês, livres. Segundo ele já não tinha mais escravidão nessa época e eles se reuniam à noite: João Oléa, Tia Jô e Zé do Brinquinho: "eles eram livres, mas quem botou o Maculelê fui eu mesmo" (Popó).
Segundo Plínio de Almeida (Pequena História do Maculêle) o Maculêle existe desde 1757 em Santo Amaro da Purificação e as cores branca e vermelha nos rostos, que assustavam as pessoas, poderia ser símbolos de algumas tribos Africanas, como por exemplo os Iorubas. Mas na verdade é muito difícil identificar exatamente a qual grupo étnico está associada a origem do Maculelê. Podemos citar por exemplo os Cabindas, os Gêges, os Angolas, os Moçambiques, os Congos, os Minas e os Cababas.
Música
AtabaqueA música no maculelê é composta por percussão e canto.
instrumentos
O atabaque é o principal instrumento no maculelê. A bateria mais comum é composta apenas por três atabaques, nomeadamente:
- Rum - Atabaque maior com som grave;
- Rumpi - Atabaque de tamanho médio com som intermediário;
- Lê - Atabaque pequeno com som mais agudo.
Os dois primeiros atabaques, o rum e o rumpi, fazem a base do toque com pouco improviso, enquanto o atabaque lê, sendo mais agudo, executa diversos repiques de improviso. Esta formação é notadamente similar à dos berimbaus da capoeira, com seus berimbaus gunga, médio e viola.
Tradicionalmente também faziam parte da bateria o agogô e o ganzá, mas a utilização destes dois instrumentos caiu em desuso.
Canto
As apresentações de maculelê seguem o estilo do amálgama entre as culturas indígena e afro-brasileira, com um dos instrumentistas cantando um verso solista, seguido pela resposta em coro dos demais praticantes. As letras falam de diversas situações, algumas como a "Fulô da Jurema" evidenciam a influência indígena, outras como a "Louvação aos Pretos de Cabindas" evidenciam a influência afro-brasileira.
Alguns cantos tem funções especiais:
- Para sair à rua;
- De chegada a uma casa, um pedido de permissão para entrar;
- De agradecimento, quando saiam da casa, agradecendo a hospitalidade;
- De homenagem a pessoas importantes da história;
- De louvação aos ancestrais;
- Peditório, quando passavam um chapéu para arrecadar algum dinheiro.
Fonte da pesquisa: https://pt.wikipedia.org/wiki/Maculelê
História da Puxada de Rede

A Lenda:
Alguns contam que o ritual da Puxada de Rede começou com uma lenda. Um pescador saiu à noite para pescar com seus companheiros, como de costume e apesar da advertência de sua mulher que o repreendeu acerca dos perigos de se entrar em alto mar à noite, se embrenhou na imensa escuridão do mar negro da noite, levando consigo apenas um a imagem de Nossa Senhora dos Navegantes. Sua esposa pressentindo algo ruim, foi para a beira da praia esperar o regresso do marido. Quando esta menos esperava se surpreendeu com a visão dos pescadores voltando do mar muito antes do horário previsto. Todos os pescadores voltaram com exceção do seu marido que por descuido havia caído no mar e como estava escuro nada puderam fazer. A recém viúva cai em prantos. De manhã os pescadores ao puxarem a rede percebem que estava muito pesada para uma pescaria ruim e ao terminarem de puxar a rede vêem o corpo do companheiro junto aos poucos peixes que pescaram. Os companheiros então carregam o corpo do pescador nos ombros em procissão, pois não tem dinheiro o suficiente para pagar uma urna e fazer um enterro digno.
Hoje:E foi assim que mesmo após a pesca do xaréu, quase se extiguir, que a Puxada de Rede se tornou parte do folclore brasileiro. Hoje a Puxada de Rede como manifestação folclórica é encenada nas praias de Armação, Carimbamba e Chega Nego. Todas na Bahia. Durante a festa trabalham 126 homens, sendo 3 com funções especiais que são respectivamente, chefe, chefe de mar e chefe de terra, os outros 123 tem funções como catadores, homens de mar e homens de terra. São necessários 5 meses para a confecção da rede e mais de um kilometro de corda. Durante a encenação são entoados cantigas escravas como no tempo dos antepassados. Muitos grupos de Capoeira também, apresentam o ritual da Puxada de Rede, assim como o Maculelê, preservando assim, mais um elemento importante da nossa cultura e principalmente evitando que caia no esquecimento.
Fonte da pesquisa: https://capoeiraexports.blogspot.de/2011/02/o-que-e-puxada-de-rede-capoeira.html
História do Samba de Roda
A manifestação está dividida em
dois grupos característicos: o samba chula e samba corrido. No primeiro,
os participantes não sambam enquanto os cantores gritam a chula - uma
forma de poesia. A dança só tem início após a declamação, quando uma
pessoa por vez samba no meio da roda ao som dos instrumentos e de
palmas. Já no samba corrido, todos sambam enquanto dois solistas e o
coral se alternam no canto.
O CD Vozes da Purificação contém sambas de roda, na maioria de domínio público, cantados por Dona Edith e o coral Vozes da Purificação. Outra cantora está fazendo grande sucesso baseada no samba de roda e na cultura popular do Recôncavo: é Mariene de Castro, com o CD Abre Caminhos, no que interpreta músicas de Roque Ferreira e outros compositores, com arranjos onde é possível apreciar o profundo conhecimento da cantora. Mariene já cantou com Daniela Mercury, Beth Carvalho e outros.
Fonte da pesquisa: https://sambaderoda2.blogspot.de/2009/05/historia-samba-de-roda.html
Instrumentos Musicais da Capoeira

Para a capoeira, utilizamos basicamente o berimbau, o atabaque, o pandeiro, o agogô e o réco-réco.
O BERIMBAU
O "berimbau" é um instrumento de percussão de origem africana, é um instrumento usado tradicionalmente na capoeira para marcar o ritmo da luta, aqui no Brasil ele também é conhecido por vários outros nomes como: rucungo, urucurgo, orucungo, oricungo, uricungo, rucungo, ricungo, berimbau de barriga, gobo, marimbau, bucumbumba, bucumbunga, gunga, macungo, matungo, mutungo, aricongo, arco musical e rucumbo. No sul de Moçambique, este instrumento tradicional tem o nome de xitende. Em angola chamado hungu ou m'bolumbumba. O berimbau era usado antigamente por vendedores ambulantes para atrair fregueses, no inicio a capoeira era acompanhada somente por palmas e toques de tambores, posteriormente foi introduzido o berimbau, só se ligou à capoeira no século xx. "introduzido pelos angoleiros, o berimbau se tornou a grande estrela da roda de capoeira. O berimbau é constituído de um arco feito de uma vara de madeira e um fio de aço (arame) preso nas extremidades da vara. Em uma das extremidades do arco é fixada uma cabaça, que funciona com caixa de ressonância. O tocador de berimbau utiliza uma pedra ou moeda (dobrão), a vareta e o caxixi para produzir os sons do berimbau.
CLASSIFICAÇÃO:
Berimbau de barriga: tem a cabaça ressonante fixada no arco, e movimentada na direção da barriga ou contrária a ela. É o que conhecemos normalmente por "berimbau". Ele pode ser classificado em outros tipos, segundo o timbre que apresenta:
- Gunga ou berra-boi: berimbau de som grave, usado para fazer a base do toque numa roda de capoeira (geralmente têm cabaça grande).
- Viola ou violinha: berimbau de som agudo, usado para variar sobre a base do toque (geralmente têm uma cabaça pequena).
- Médio: o timbre se encontra entre o do gunga e o do viola. É usado para variar um pouco sobre a base, deixando variações mais elaboradas para o berimbau mais agudo.
PARTES DO BARIMBAU
a) Verga: é o arco de madeira. Nos berimbaus de melhor qualidade é de "biriba", um pau encontrado em alguns Estados do Nordeste.
b) Arame: é de aço e muitas vezes retirado de pneus de automóveis.
c) Cabaça: é fixada na verga por um barbante para dar ressonância.
d) Dobrão: antigamente era uma moeda de cobre, hoje pode ser uma arruela de metal ou pedra de rio.
e) Caxixi: chocalho de palha ou vime com sementes dentro.
f) Vareta ou baqueta: de madeira. É usada para bater no arame, geralmente feita de bambu.
g) Ramim: barbante que prende a cabaça e o arame.
O ATABAQUE
Atabaque é um instrumento musical de percussão. O nome é de origem árabe: at-tabaq (prato). Constitui-se de um tambor cilíndrico ou ligeiramente cônico, com uma das bocas coberta de couro de boi, veado ou bode.
O PANDEIRO
Pandeiro é o nome dado a instrumentos musicais de percussão que consistem numa pele esticada numa armação (aro) estreita, que não chega a constituir uma caixa de ressonância.
Na capoeira ele é utilizado dentro dos toques como complemento e ritmo.
AGOGÔ
O agogô é um instrumento musical, compõe-se de duas até 4 campânulas de ferro ou coco, ou dois cones ocos e sem base, de tamanhos diferentes, de folhas de flandres, ligados entre si pelas vértices.
Para se tirar som desse instrumento bate-se com uma baqueta de madeira nas campânulas do instrumento. Na Capoeira, o Agogo serve como base de ritmo.
O RÉCO-RÉCO
Réco-réco (também raspador, caracaxá ou querequexé) é um termo genérico que indica os idiofones cujo som é produzido por raspagem. No Brasil, a forma mais comum é constituída de um gomo de bambu ou uma pequena ripa de madeira com talhos transversais. A raspagem de uma baqueta sobre os talhos produz o som.